quinta-feira, outubro 04, 2007

Balanço de uma semana de emoções fortes

Do jogo de Kiev e da preciosa vitória que ali obtivémos retiro uma nota importante e, aliás, recorrente: a capacidade que o treinador revela de corrigir ao intervalo as deficiências do jogo da equipa, sejam provocadas por infelicidade própria ou pelo jogo do adversário. Foi, uma vez mais, o que aconteceu na Ucrânia. Apesar de os golos terem sido marcados na primeira parte, foi na segunda que o SPORTING jogou melhor e cimentou o seu merecido triunfo - que representa um passo de gigante na luta por um lugar na Taça UEFA e nos permite continuar a acalentar a esperança de uma qualificação para a fase seguinte da própria Liga dos Campeões.
O SPORTING fechou em Kiev com saldo muito positivo um terrível ciclo de três jogos fora em seis dias. A equipa não jogou sempre bem, mas revelou organização, concentração e empenho. Depois de ver estes três jogos, percebe-se o que Paulo Bento pretendia quando pediu aos jogadores capacidade de sofrimento. Como explicou, mesmo quando não se pode dominar, há que conseguir controlar. Foi uma estratégia realista e que deu frutos.
Não posso, por outro lado, deixar de exprimir a minha discordância em relação à posição tomada pelo Clube (treinador e SAD) quanto à arbitragem na estriqueira. Em minha opinião, não fomos prejudicados (o lance do grego não é penalty) e não vejo nenhum motivo para deixar de considerar Pedro Henriques como dos poucos árbitros sérios que andam por aí. A justa e legítima indignação com as roubalheiras a que vamos assistindo não nos pode levar a meter tudo no mesmo saco.
Tenho também muitas dúvidas de que o nosso Presidente devesse ter ido almoçar, a convite de "A Bola", com o rufia do outro lado da Segunda Circular. Compreendo perfeitamente o exemplo de elevação e de desportivismo que Soares Franco quis dar e aplaudo-o convictamente. Só que se prestou a mais uma escandalosa manobra de manipulação desse antigo jornal, hoje uma agência de comunicação do clube da galinha. O tratamento dado à entrevista, as parangonas escolhidas (sem qualquer correspondência com as declarações de Soares Franco) e a própria gestão do tempo de publicação, deixando uma parte dos comentários para depois do derby, deixou claro que o pasquim mais não pretendeu do que, à custa do SPORTING, branquear o "apito encarnado" e atenuar as ondas de choque provocadas pela escandaleira da Amadora.
No campo e fora dele, temos de estar atentos e vigilantes na defesa do nosso Clube.