quarta-feira, setembro 22, 2010

Que choldra!

Ao cabo de tantos anos de golpadas e aldrabices, já há poucos acontecimentos no futebol português capazes de nos indignar. Foi, no entanto, o caso da conferência de imprensa de ontem de Vítor Pereira. É incrível como o cabecilha da arbitragem da Liga veio fazer mea culpa e pedir batatinhas ao Benfica, só faltando mandar repetir o jogo de Guimarães, já agora na estriqueira (para os adeptos poderem assistir) e sob a arbitragem dele próprio Vítor Pereira, com o sr. Han e o dr. Nazaré a fiscais de linha.
Foi este Pereira que descaradamente se calou depois do roubo de que o SPORTING foi vítima na final da Taça da Liga em 2009. Nessa altura, Pereira não deu nenhuma conferência de imprensa, não fez nenhuma declaração pública e o SPORTING não foi julgado credor de nenhuma desculpa, de nenhuma explicação, nem sequer de um mero lamento. Repare-se que não estávamos perante um jogo da 4ª jornada do campeonato, mas sim da final de uma competição. É preciso ser muito desavergonhado para exibir esta tremenda falta de critério e de igualdade no tratamento dos clubes.
Como Pereira tem obviamente noção da diferença de comportamento em que incorre, seria muito interessante que, em vez de dissecar os lances da polémica, esclarecesse as verdadeiras razões que levam o presidente da arbitragem da Liga a prestar desta forma vassalagem a um dos concorrentes a essa Liga, em detrimento dos outros.
O SPORTING e os demais clubes não podem fingir que não ouviram nada e assobiar para o lado. Esta criatura não tem condições para se manter no cargo que ocupa nem mais um instante. As declarações de Pereira representam um condicionamento futuro para todos os árbitros, mormente os que ele irá escolher para arbitrar o seu Benfica. A partir daqui, qualquer árbitro só com todas as certezas do mundo se atreverá a apitar contra o favorito do chefe.
Aqui está a tão pretendida reabilitação do futebol português preconizada pelo sr. Vieira, depois da fase em que era grande amigo de Pinto da Costa e do sr. major, com quem escolhia árbitros para os jogos do glorioso.
Que choldra!