quarta-feira, maio 05, 2010

Afinal, vou

Quando soube da marcação da festa do Iordanov, a minha primeira reacção foi a de não ir. Por muita razão que, no plano legal, lhe assistisse, a decisão de processar o Clube é indefensável no plano moral. Perguntado sobre se guarda mágoa ao SPORTING, o antigo craque respondeu que não confunde o Clube com quem o dirige. É por isso mesmo que não devia ter proposto a acção, que foi intentada, como é evidente, contra o Clube e não contra quem o dirige.
Só que, ao aproximar-se a hora do jogo, o coração começou a tremer. O Iordanov foi, durante muitos anos, um símbolo das melhores virtudes do sportinguismo. Jogador dedicadíssimo, o búlgaro foi sempre um leão dentro e fora de campo. Tudo o que com ele vivemos e sofremos tem de valer muito mais do que essa argolada de meter o SPORTING em Tribunal.
Não me posso esquecer de ter lido um dia no pestilento folheto que tem o mesmo nome do antigo jornal "A Bola" que o SPORTING se preparava para dispensar o Iordanov e de ter escrito uma carta muito sentida ao dr. José Roquette, pedindo-lhe para não tomar essa decisão, carta essa que, para surpresa minha, levou o nosso antigo presidente a me telefonar, dando a sua palavra que tal não ia acontecer e que se tratava, como se tratou, de mais uma atoarda dessa central de intoxicação lampiã.
Hoje, logo de manhã, perguntei à MQFilha Madalena, cujo primeiro título foi em 2000, quando o Iorda subiu à estátua do Marquês para lhe por o cachecol ao pescoço, o que achava de irmos e ela respondeu-me: Eu gostava.
A resposta da Madalena desfez as minhas últimas dúvidas. Tem toda a razão. Tem a melhor das razões - a razão do coração.