quinta-feira, janeiro 21, 2010

Tranquilidade

Agora que já se conhecem as primeiras decisões da SAD sobre o incidente entre Ricardo Sá Pinto e Liedson, com a aceitação da demissão do primeiro e a instauração de um processo disciplinar ao segundo, já é possível fazer mais algumas reflexões sobre o tema e as suas possíveis consequências.
Em primeiro lugar para dizer que Sá Pinto revelou um grande bom-senso em ter apresentado a sua demissão imediatamente. Só confirma que tem noção daquilo que se passou e volta a confirmar aquilo que nele é inatacável, o seu sportinguismo. Este episódio tornou completamente impossível que continuasse a exercer aquelas funções.
Posto isto, é preciso dizer que será completamente intolerável que alguns sectores que nos últimos tempos abrandaram a sua política de desgaste em relação à gestão do clube e da SAD aproveitem estes factos para, de alguma forma, voltarem a uma actuação que só prejudica o Sporting e os seus interesses. O Sporting é, sempre, mas mesmo sempre, mais importante que qualquer pessoa. Neste caso em concreto, o Sporting é mais importante do que Sá Pinto.
Será igualmente intolerável que alguns desses sectores pretendam fazer de Liedson uma espécie de bode expiatório. O único culpado da saída de Sá Pinto é o próprio Sá Pinto e mais ninguém. Com os seus precedentes, Sá Pinto sabia que qualquer passo em falso seria a morte do artista, o que torna ainda mais inaceitável o que se passou ontem à noite, até por ninguém ignorar que ele andou estes anos a preparar-se para exercer exactamente aquelas funções.
Esperemos pois que este episódio não traga mais consequências para o grupo de trabalho. Por aquilo que se sabe, por se saber que Liedson saiu em defesa de um seu companheiro, julgo que há condições para o episódio contribua ainda mais para unir os jogadores.
Compete ao treinador e aos dirigentes trabalharem para que tudo isto não tenha passado de uma onda mais agitada que voltou a fazer balançar uma embarcação que parecia estar a caminho da tranquilidade.