sábado, novembro 24, 2007

Recordações e emoções

Fez em Agosto dezanove anos que o SPORTING jogou pela última vez no Estádio do Mar, em Matosinhos, onde esta noite regressa. Era a 1ª jornada do campeonato 88/89, o ano das unhas do leão, nome dado às promissoras contratações do presidente Jorge Gonçalves, o célebre "Bigodes", agora reabilitado pela família sportinguista. Lembro-me dessa partida como se fosse hoje. Jogo às cinco da tarde. Entrada para o Estádio ainda antes das três. Enchente impressionante. Um calor sufocante. O Bernardo e a Catarina, muito pequeninos, a aprenderem este ofício feito de rosas e de espinhos que é amar o SPORTING. O sol de frente. As crianças deitadas na bancada atrás de mim e dos grandes amigos que me acompanhavam, o Mestre Zé dos Santos (o terceiro homem a bater no árbitro naquela tarde em 72, por coincidência com o Leixões) e o Tino, o grande Tino do Campo Grande. Ali ficámos sentados, muito direitos, a levar com o sol de chapa, para fazer uma pequena sombra nas nossas costas onde os meninos se abrigavam para não tostar ao sol. Vitória por 2-0. À saída, o desespero de as cervejas estarem todas quentes. Só em Pombal, no São Sebastião, é que encontrámos umas imperiaizinhas como deve ser (deve-se sempre confiar em Pombal). Dois golos, duas crianças que hoje já são adultos e dois amigos com quem já não posso ir mais ao futebol. Quase vinte anos passados, a sensação de que nesta vida tudo muda a não ser algo que parece desafiar o tempo e, perene, se mantém indiferente aos ventos e às tempestades da vida - o SPORTING.