domingo, setembro 30, 2007

QUÃO FECUNDA E CRIATIVA É A ARBITRAGEM EM PORTUGAL ! SEMPRE A INVENTAR...



Não vou aqui perorar sobre o óbvio – no jogo de ontem, houve, de facto e no mínimo, dois penalties por assinalar, um por clara mão de Katsoutranis dentro da área, aos 71 minutos e outro, já ao cair do pano, por derrube, dentro da área, do nosso João Moutinho sobre o que veio da terra do Bush.
São situações que podem acontecer a qualquer árbitro, que mesmo equivocando-se, pode continuar a merecer, no mínimo, o benefício da dúvida, sem que tais julgamentos errados possam, só por si, justificar a condenação definitiva.


Porém, tudo o que na vida acontece, insere-se num contexto, e é no âmbito desse contexto que cada acto ou facto deve ser analisado. Quero com isto dizer que as circunstâncias que rodearam a caricata cena do penalty cometido por Katsouranis não pode ser desinserida do recentíssimo antecedente protagonizado na Reboleira, exactamente 72 horas antes, aquando do penalty (?) redentor que permitiu ao mesmo Katsouranis e seus colegas continuarem na Taça da Liga...


Na Reboleira, o Sr.Gomes, perante o sinal do bandeirinha Lima assinalou um penalty que não era, e que ele próprio, Gomes, pelo excelente posicionamento em que se encontrava, não viu (tanto assim que acabava de assinalar um falta contra o Benfica cometida na mesma área visual do pretenso penalty)... Porém, perante a indicação que recebeu do Sr. Lima, via intercomunicador, aceita o que este lhe diz (atenção, eles agora falam uns com os outros !!!), interrompe o jogo, e ao fazê-lo, porque já sabe que lhe foi dada indicação de penalty, dá a sua concordância ao conteúdo da mensagem do Lima, e o jogo recomeça com a marcação do penalty.
Se entendesse não seguir a indicação do seu fiscal de linha, o jogo prosseguiria normalmente sem que esta indicação tivesse qualquer relevância, já que o árbitro é quem decide !

Mas na Luz a música foi outra...
Tal como na Reboleira, o fiscal de linha comunica ao árbitro Henriques que há penalty cometido por Katsouranis (atentem no depoimento do nosso capitão), o árbitro interrompe o jogo já sabendo que a indicação é a de penalty (repito, atenção, eles agora falam uns com os outros !!!), mas...mas... o jogo reata-se com uma bola ao solo !!!! Se calhar foi porque o fiscal de linha se chamava Gabínio Evaristo...
Mas que é isto ?????????
O Sr. árbitro, já sabendo que o fiscal de linha lhe deu sinal de penalty (atenção, eles agora falam uns com os outros !!!), das duas uma – ou discorda ( e está no seu direito, já que é ele que, em última instância, decide) e, nesse caso, pura e simplesmente, não interrompe o jogo e este prossegue normalmente, ou, se o interrompe, é para sancionar a indicação que o fiscal de linha lhe transmitiu, e que ele, antes de apitar, já conhece, marcando, portanto, o penalty que lhe foi indicado!
Ao converter o penalty em bola ao solo, o Sr. Henriques INVENTOU uma nova regra até aqui inexistente! ( ou então o Gabínio, entre o momento em que disse a João Moutinho que assinalara penalty e o momento em que falou com árbitro, mudou de opinião...)

Já não bastava considerar “atraso para o guarda-redes” qualquer corte para trás, agora transformam-se penalties em bola ao solo...
De facto, muito fecunda e criativa está a ser a nossa arbitragem !

Na realidade, o nosso Paulo Bento só tem razão quando diz que os árbitros e quem os dirige são os que mais desprestigiam o futebol português !