sábado, março 08, 2008

O mestre

Hoje, no "Correio da Manhã", o NQAmigo dm, na sua crónica semanal, evoca um grande sportinguista de outros tempos, o mestre José dos Santos, inesquecível figura do Campo Grande, um dos mais inveterados adeptos do SPORTING que eu conheci. Fui, apesar da diferença de idade que nos separava, um fraternal amigo do sr. José dos Santos desde que o conheci até a morte prematuramente o levar, em 1990. Do grupo NQC71, conheceu-o também bem o PCR, que certamente reconhece na figura do velho Zé dos Santos as características desse sportinguismo popular e abnegado, forjado nos anos 60 e primeira metade dos anos 70, em que, com bravura, se resistiu em Alvalade à pérfida hegemonia do Benfica no futebol português. Conheceu-o também o PLA, que tantas vezes, no seu juvenil tirocínio nas bancadas de Alvalade, se cruzou com o mestre José dos Santos. Recordará, com certeza, que era um daqueles adeptos que estava sempre, e incondicionalmente, do lado do Clube, contra tudo, contra todos e, se necessário, contra a mais clara evidência das coisas. Ai que saudades das tremendas discussões em que se envolvia com os adeptos do inimigo, defendendo até ao inimaginável os jogadores do SPORTING, as exibições do SPORTING, tudo o que dissesse respeito ao Clube. Tinha pelo SPORTING um amor sem limites. Adepto vibrátil e apaixonado, foi (como o dm recorda hoje) um dos invasores de campo no SPORTING-Leixões do início dos anos 70. Nunca lhe senti qualquer sinal de arrependimento por esse gesto. Anos mais tarde, numa das primeiras noites verdes da Batalha, apresentou-se com orgulho ao Bernardes Dinis: "fui o terceiro homem a bater no árbitro no SPORTING-Leixões". Tenho a certeza de que, na semana seguinte à exibição do sr. Paraty em Alvalade, o nosso velho amigo Zé dos Santos tem todo o orgulho em ser recordado por este seu feito. Obrigado dm pela evocação deste grande amigo. E tu, ó mestre, aí de cima, faz lá força para amanhã ganharmos em Guimarães!...