sexta-feira, maio 02, 2008

Palavras para quê?

Com o campeonato ao rubro e o Benfica em grandes dificuldades, o antigo jornal "A Bola" perde a cabeça e transforma-se ainda mais num desdobrável de propaganda ao serviço do vieirismo.
Reparem só nas notícias de hoje sobre o SPORTING: Veloso sai de certeza, estando a SAD já à procura de um substituto no Brasil; o Dínamo de Kiev não larga Izmailov e o Lokomotiv não baixa nem um cêntimo ao valor do passe (a notícia não tem, aliás, outro intuito...); quanto à preparação do jogo de domingo em Paços de Ferreira, destaque para os resultados negativos do SPORTING em anteriores deslocações à Mata Real, aos cinco jogadores em risco de suspensão e ao panorama negro da ficha clínica; a reintegração de Veloso nos trabalhos (que se fosse no Benfica poderia dar lugar a manchete) fica-se por meia dúzia de linhas com um títulozinho a apenas uma coluna; para rematar, uma página inteira sobre a contestação à Direcção, com a parangona de que o património afinal não foi vendido por 50 milhões, ao contrário da promessa de Soares Franco, o que não deixa de ser fantástico se atentarmos que, de acordo com a própria notícia, a venda foi feita por €50.972.944,00 (para dizerem que a venda não chegou aos 50 milhões, descontaram as comissões, o que representa um raciocínio de uma estuporada má-fé).
Agora vejam o Benfica: Vieira e Berardo (como diria Groucho Marx, é fascinante quando dois intelectos superiores se encontram...) vão criar um fundo de 60 milhões de euros (só?) para reforços; Eriksson diz que o Benfica é especial (de facto, é uma porcaria especial...); para tranquilizar as hostes, garante-se que Ruben Amorim está preso; para galvanizar, aparece o Luisão a dizer que seria muito ruim ficar fora da Liga dos Campeões; e enchem-se duas páginas com o enjoativo tema da despedida do maestro, tudo com peças laudatórias ao dito, sem uma única referência ao facto de o jogador dizer adeus ao futebol após duas épocas miseráveis em que não ganhou a ponta de um chavelho.
O jogo dos juniores não mereceu, é claro, nenhuma referência especial. O facto de o derby ter sido jogado em Alvalade perante grande assistência também não mereceu qualquer destaque. Na crónica, o escriba de serviço diz que os dois golos do SPORTING foram irregulares...
Palavras para quê?