domingo, março 01, 2009

Agora, Março

O SPORTING cumpriu o ciclo terrível de Fevereiro com uma vitória arrancada a ferros no Restelo, com outra vitória (e uma bela exibição) contra o Benfica, com uma noite europeia para esquecer com o Bayern e com um empate no Dragão, numa exibição muito conseguida, em que o Porto não teve praticamente nenhuma ocasião de golo e em que nós, pelo contrário, bem podíamos ter marcado. Depois dos empates na Madeira e na Trofa e da derrota em casa com o Braga, deve dizer-se que o saldo do mês de Fevereiro não é tão mau como isso, ficando apenas manchado pela goleada sofrida com os alemães. Na frente interna, pelo contrário, o SPORTING ficou na luta e... bem vivo!
Agora, Março. A marcação do Congresso para o final deste mês mereceu-me as maiores reservas. Com o Presidente de saída anunciada, se as coisas nos tivessem corrido mal com o Benfica e o Porto (o que teria ditado o afastamento da corrida pelo título), o ambiente em Santarém não seria decerto o mais propício a reflectir sobre os rumos que o SPORTING deve trilhar no futuro. Felizmente, não foi isso que aconteceu e, para além de continuar a lutar pelo campeonato, a equipa ainda poderá antes do Congresso ir buscar ao Algarve o segundo troféu da época.
É agora natural que se fale mais das alternativas eleitorais e de quem se perfila para dirigir o SPORTING nos próximos anos, discussão que não pode deixar de estar ligada às grandes opções estratégicas lançadas para debate no Congresso Leonino.
Ora, a respeito de candidaturas, não ficava de bem com a minha consciência se não escrevesse aqui o seguinte sobre o possível candidato Rogério Alves:
Desde que Soares Franco anunciou que não se recandidatava que se tornou mais ou menos óbvio que o antigo bastonário da Ordem dos Advogados e actual presidente da mesa da assembleia-geral do Clube se está a colocar na posição de presidenciável. Devo dizer que absolutamente nada me move contra o dr. Rogério Alves, que foi, na minha perspectiva, um excelente bastonário da O.A. e que dirigiu muitíssimo bem as suas primeiras assembleias-gerais do Clube, embora na última que decorreu no Pavilhão Atlântico tenha estado francamente mal. A questão que coloco é a seguinte: pode um candidato a Presidente do SPORTING merecer a confiança dos sócios sendo colunista do jornal "A Bola" e, sobretudo, sendo advogado do sr. Luís Filipe Vieira? Para mim, não.
Repare-se que ontem mesmo foi anunciado que o dr. Rogério Alves não compareceria no Dragão em protesto contra a aldrabice feita pelo Porto para jogar no sábado e não no domingo. Será que o dr. Rogério Alves teria o mesmo procedimento se o autor da manobra fosse o dr. Gonçalves, cuja escola é, aliás, a mesmo do tal Antero Henrique?
A respeito de alianças, a presidência de Soares Franco foi verdadeiramente exemplar, à imagem da integridade de carácter do próprio Presidente. O ridículo e imbecilóide assessor de imprensa do maestro rançoso, o arcanjo Gabriel, que se armou em engraçado com a história das alianças com Pinto da Costa, certamente pensando que o Presidente do SPORTING era do calibre dos dirigentes do clube dos córatos, foi obrigado no dia do derby a humilhar-se publicamente e a pedir desculpa a Soares Franco.
A questão é, pois, esta: estará Rogério Alves em condições de garantir esta independência, mormente em relação ao vieirismo, ou mais interessado em alianças à Dias da Cunha com projectos supostamente regeneradores do futebol português, conduzidos por aldrabões cujo paradigma é precisamente aquele que dizem querer mudar?