Verdade e histórias

O mundo está em mudança, em acelerada mudança, e os sinais de alarme já começaram a soar. A crise é profunda e prolongada. Por isso, a memória, a História, como os ensinamentos de muitas outras disciplinas do vasto campo das ciências humanas e sociais, são âncoras decisivas para a preservação da ética, instrumentos que devem contribuir para melhorar a natureza dos humanos e a sua deteriorada relação com a Natureza, num mundo que se deseja mais equilibrado, mais justo, mais solidário. Os tempos estão adversos. E parece que a verdade, uma busca que deve ser incessante, está ameaçada. As reacções de mediáticos representantes dos principais rivais à vitória do Sporting sobre o Nacional inserem-se no actual turbilhão de "contra-informação" e confirmam a tentativa de imposição de um novo estilo comportamental em que vale mesmo tudo. Quem tem, ou tenta cultivar, a ética, a seriedade, quem tenta perseguir a verdade, parece já não ter lugar neste mundo. O que vale então? Manipular "ex-namoradas" de presidentes de clubes, promover negócios ilícitos, participar em programas de entretenimento onde impera a mediocridade, e muito mais... Atitudes que afinal confirmam o sinal dos tempos. O Sporting não está imune a estes fenómenos. Mas sempre cultivou um sentido de verdade desportiva impar neste pequeno país. Perdê-la seria destruir um património único. E todos os sportinguistas têm o dever de se empenharem para o preservar. Este deverá constituir o núcleo da nossa batalha quotidiana. Saudações leoninas.