quarta-feira, setembro 10, 2008

Pois é...

A evolução da carreira de Fábio Coentrão, uma das mais badaladas contratações da "instituição" na época passada, bem justifica uma reflexão.
Recorde-se que se tratava de um jovem extremo muito promissor e, para além disso, um rapaz modesto e humilde. Não fazia segredo do seu inveterado sportinguismo, declarando que jogar em Alvalade representava o maior sonho da sua vida. Foi esse o seu azar. O sr. Vieira, que gere a "instituição" como nem uma associação de bairro deve ser dirigida, decidiu picar a direcção do SPORTING e acenar ao rapaz com um contrato muito acima do que o SPORTING lhe poderia pagar e do que o jogador efectivamente valia. O gesto de Vieira foi completamente idiota, dado que o SPORTING, que tem uma escola de jogadores a sério, fez desde logo saber que só o amor desmedido do jogador pelo Clube o poderia levar a admitir a contratação.
Os cifrões acabaram por falar mais alto e o Fábio lá se deixou seduzir. Com a assinatura do contrato, o jovem jogador mudou por completo. Ainda ao serviço do Rio Ave, passou a armar-se em vedeta, começou a faltar aos treinos, agrediu um árbitro e, como é óbvio, perdeu o lugar na equipa. Perante este quadro, alguém ouviu algum responsável pelo Benfica dizer qualquer coisa que pudesse levar o jovem a retroceder e a mudar a sua atitude pertante a vida? Nada. É o Benfica no seu melhor...
Já de galinha ao peito, o promissor jogador que despontava em Vila do Conde perdeu-se por completo. De empréstimo em empréstimo, rumou este ano a Saragoça, envolvido na transferência daquele craque (um dos três melhores do mundo na sua posição, segundo o maestro rançoso) que estava afastado do futebol e que tem aspecto de arrumador de automóveis. Já em Espanha, Fábio não perdeu tempo a mostrar os seus atributos - não os futebolísticos mas os da estróina. Numa destas noites, tal era a festa em sua casa que os vizinhos tiveram de chamar a polícia. De um lugar na equipa está afastado, mas uma alcunha já ganhou - é o Fábio... Cointreau!
Na história infeliz deste jovem, o Benfica fez o papel de droga e Vieira de dealer que o aliciou. É esta a condição a que o Benfica desceu sob a direcção de um presidente que tanto entusiasma os seus adeptos. Aqueles, poucos, que têm consciência disso, calam-se com vergonha. Ou outros, que são a maioria, assobiam para o lado, com aquele ar papalvo que os distingue. Para eles, estas histórias pouco importam. É o Benfica. Pois é...