domingo, março 11, 2007

O HÉLIO DAS BOTAS



Não, não se trata de nenhuma nova versão do famoso conto de Charles Perrault. A história é outra...

Assistimos ontem em Alvalade, para além dum belo jogo do SPORTING, a uma arbitragem dum tal Hélio Santos, tão ou mais vergonhosa que a do sr. Paulo Costa em Leira. Os golos do João Moutinho e Yannick Djaló não devem desviar a nossa atenção do trabalho dos hélios que, semana após semana, nos vão calhando em sorte. Tivessem os remates daqueles jogadores tido o mesmo destino que tiveram os de Romagnoli e, certamente, estaríamos agora a invectivar este cavalheiro pelo lindo trabalho que realizou.

Meus caros sportinguistas: temos que estar permanentemente atentos ao que se passa e, mesmo quando ganhamos, havendo razões que o justifiquem, não devemos calar a nossa indignação e deixar de denunciar a pouca vergonha que por aí prolifera.


Ontem, o apitador de serviço também ultrapassou as marcas e, por isso, peço-vos que rebobinem a “cassete” e revejam o filme.
Para vos ajudar, e com toda a objectividade vou apenas apresentar factos e a respectiva análise independente. Como ponto de partida, vou transcrever-vos, na íntegra, a página 9 do jornal O JOGO onde se contem a apreciação do ”trabalhinho” do sr. Hélio, feita por quatro ex-árbitros. Penso que se trata de uma opção isenta que, reflectindo uma visão quadripartida, não deixará dúvidas.

Assim:

A) 20 min. Existe falta de Carreira sobre Polga dentro da área? Existe tentativa de agressão com o cotovelo?
Jorge Coroado
- Há agressão, pois Carreira, com o cotovelo direito, de forma visível e objectiva, atingiu a face de Polga. Como ainda estávamos no princípio do jogo, talvez o árbitro ainda não tivesse o cartão da cor apropriada para mostrar. Cartão vermelho e grande penalidade por assinalar.
Soares Dias - De facto, o jogador do Estrela da Amadora atinge, com o cotovelo, Polga. Como o lance ocorreu dentro da área, havia motivo para a marcação de grande penalidade e para expulsar o jogador do Estrela da Amadora, o que não aconteceu – novamente.
Rosa Santos - Penso que era motivo para exibir o cartão vermelho ao defesa do Estrela da Amadora. Como a situação em causa ocorreu dentro da grande área, existia motivo para assinalar marcar grande penalidade contra o Estrela da Amadora.
António Rola - Sendo um lance que se vai repetindo no nosso futebol, podemos constatar que Carreira, ao saltar sobre Polga, utiliza o cotovelo e, de forma violenta, atinge o jogador do Sporting na cara. Logo, ficou por assinalar uma grande penalidade contra o Estrela da Amadora e por mostrar o respectivo cartão vermelho ao jogador infractor.

B) 63 min. Moses deveria ter sido sancionado, por tentativa de agressão a Tonel?
Jorge Coroado - Na confusão gerada após o livre, Moses envolve-se com Tonel, e este com um outro estrelista. Impunha-se, antes da cobrança do livre, que o árbitro interviesse firmemente, chamando a atenção dos jogadores, mas a sua falta de personalidade levou a que se alheasse da situação.
Soares Dias - É mais uma situação em que o jogador Moses actua sobre Tonel. Vem no seguimento das faltas que este jogador cometeu, algo que deveria ter sido sancionado com o cartão amarelo – era o que se impunha ao árbitro.
Rosa Santos - A falta em causa era motivo suficiente para uma acção disciplinar. Deveria ter uma actuação exemplar o lance que envolve Moses e Tonel, com o jogador do Estrela da Amadora a merecer o cartão vermelho.
António Rola - Dado que o jogo esteva interrompido – logo o árbitro não pode actuar tecnicamente –, não deixa de se verificar que Moses tem um comportamento antidesportivo para com Tonel, justificando-se aqui, por parte do árbitro, uma intervenção disciplinar, exibindo o cartão amarelo ao jogador do Estrela da Amadora.

C) 66 min. Luís Loureiro agride Yannick Djaló com o cotovelo? O cartão vermelho ficou por mostrar?
Jorge Coroado - Uma vez mais, a utilização dos cotovelos passou impunemente. O jogador do Estrela da Amadora deu uma cotovelada no adversário, facto que justificava a exibição do cartão vermelho, o que não aconteceu.
Soares Dias - Não me parece que tenha existido intenção de Luís Loureiro de agredir alguém. Parece-me que não foi voluntário. Existiu falta, mas não havia motivos para agir disciplinarmente com a exibição do cartão vermelho.
Rosa Santos - É uma jogada de difícil análise, pois é preciso avaliar a intenção do jogador do Estrela da Amadora. Se houve intenção, deveria ter sido mostrado cartão vermelho, caso contrário não. Porém, como o árbitro não sancionou a falta e me parece existir intenção de agredir, deveria ter sido mostrado o cartão vermelho.
António Rola - Estamos perante mais um lance que merecia, por parte do árbitro, uma intervenção mais feliz. Neste caso, punindo a equipa do Estrela da Amadora com livre directo e, porque a falta foi cometida lateralmente, de forma perigosa, com a exibição – no mínimo – do cartão amarelo ao jogador do Estrela da Amadora.

D) 68 min. A entrada de Moses sobre Tonel justificava a exibição do cartão vermelho?
Jorge Coroado - Moses protagonizou uma conduta violenta, entrando de sola, objectivamente, à perna do adversário. Pontapé-livre directo e cartão vermelho que o árbitro chutou para as calendas gregas.
Soares Dias - Sem sombra de dúvida que foi uma entrada violenta do jogador do Estrela da Amadora, que atinge o joelho do jogador do Sporting Tonel. A falta era merecedora de cartão vermelho que o árbitro não exibiu, a meu ver, mal.
Rosa Santos - É uma entrada passível da exibição do cartão vermelho. O árbitro esteve mal neste lance e, de uma forma geral, ao longo do encontro. Diria mesmo que foi uma exibição desastrada.
António Rola - Moses, sem qualquer hipótese de jogar a bola, teve uma conduta violenta sobre o adversário, entrando com o pé na frente e atingindo Tonel, no joelho, de forma muito perigosa. Sendo assim, justificava-se, aqui, a exibição do cartão vermelho. Decisão errada e desajustada do árbitro perante o lance.

E) 79 min. Tiago Gomes, após uma entrada violenta, numa disputa de bola, agride Yannick Djaló? Justificava-se o cartão vermelho?
Jorge Coroado
- De sola, com o pé bem firme, o jogador do Estrela da Amadora entrou violentamente sobre Yannick Djaló, em falta que o código de jogo determina merecer cartão vermelho. Mais uma vez, a situação passou impune.
Soares Dias - Não considero esta uma entrada violenta, mas sim uma entrada perigosa em disputa de bola. O jogador do Sporting foi mais rápido, Tiago Gomes atinge o pé de Yannick Djaló, por isso penso que o cartão amarelo era a punição adequada para a falta. Era o mínimo que se podia exibir.
Rosa Santos - Existe falta, e penso que o árbitro deveria ter mostrado o cartão vermelho a Tiago Gomes, pois ele protagonizou uma entrada violenta sobre o jogador do Sporting.
António Rola - O que se pode verificar é que Tiago Gomes, sem qualquer intenção de jogar a bola, utiliza, de uma forma violenta, a sola da bota, atingindo o adversário na perna. Sendo assim, além da falta técnica, o árbitro deveria ter exibido, ao infractor, o cartão vermelho.


Que dizer depois das contas deste rosário? Será que o “sweet smell” da vitória nos impede de reparar nisto? Penalties a favor do Sporting por assinalar, agressões não sancionadas, expulsões escamoteadas...

Dirão alguns que funcionou e critério largo do árbitro que deixa jogar. MENTIRA !!!! Este senhor no célebre Estoril-benfica (uma das maiores indignidades da história do futebol português!) no Algarve, em 2005, estava, nos primeiros minutos a amarelar jogadores do Estoril e, à meia hora de jogo, já havia expulsões de jogadores desta equipa, por acumulação de amarelos ! Foi o célebre jogo em que o “rapaz” arbitrou bem calçado, com umas “botinhas” que lhe ficavam mesmo a preceito...

Fico à espera da classificação que lhe vai ser atribuída pelo observador... A propósito, sabem que os respectivos observadores atribuiram a classificação de "Bom" ao sr. Paulo Costa e de "Muito Bom" ao bandeirola Santos??? Nem comento... Para quê ?

Ao que diz certa imprensa, aquele “joguinho” do Algarve já terá despertado a atenção da equipa liderada pela Sra. Dra. Maria José Morgado. Aguardo com muita curiosidade...
Mesmo que a acção dos tribunais chegue a bom termo na operação “Apito Dourado”, com o afastamento de um ou outro responsável, não nos esqueçamos que o “aparelho” e os seus sopradores de apitos continuam na mesma, se calhar “marionetes” agora manipuladas por mãos diferentes, que souberam, habilmente, ocupar espaços deixados vazios...


Por tudo isto, TEMOS QUE ESTAR ATENTOS, MESMO QUANDO GANHAMOS !