Já por mais de uma vez abordei este tema neste nosso blog – a metamorfose para encarnado (ou cor de rosa...) do apito a que se chamou “dourado”...
Sei que posso ser repetitivo, mas a situação é demasiado grave para que me fique por uma ou outra referência e deixe que as folhas do livro do tempo tragam outros factos que façam esquecer os anteriores. Se nenhum de nós se calar, acredito que algo possa acontecer! Há que confrontar quem administra a Justiça - desportiva e não só... - neste País com a disparidade de critérios no uso dos indícios fornecidos pelas escutas telefónicas. Porque se prosseguiu, e bem, em relação a uns e, vergonhosa e cumplicemente, se continua a fazer de conta que outros nada fizeram, quando em relação a eles há matéria indiciária mais do que suficiente ???????
Tudo isto, a propósito do que se pode ler em O PATO, no Jornal O JOGO, de hoje, dia 21 de Julho. Transcrevo na íntegra, porque vale a pena... embora se trate de matéria e de “artistas” já aqui denunciados:
CLUBE DA I LIGA: PARTICIPAÇÃO À CD DA LIGA
Vai com certeza causar algum impacto na Liga a participação à respectiva Comissão Disciplinar, por parte de um clube da I Liga, de um dossiê contendo uma exposição e diversos recortes da imprensa escrita onde são reveladas algumas escutas telefónicas envolvendo Luís Filipe Vieira, José Veiga e João Rodrigues, e se pergunta por que razão eles não estão a ser investigados. Num desses recortes (do “Público” de 8 de Setembro 2006) pode ler-se inclusive em título: “Apito Dourado/Escutas apanharam Vieira a escolher árbitros para o Benfica”, acrescentando aliás a autora dessa peça – Tânia Laranjo – o seguinte: “Presidente dos encarnados recusou quatro árbitros para apitar as meias-finais da Taça de Portugal na época 2003-2004, no ano em que o Benfica ganhou a final ao FC Porto. Vieira protestou com Valentim Loureiro por não designarem Paulo Paraty, conforme havia sido garantido ao clube semanas antes. Mas, depois de muito reclamar e de recusar árbitros por não lhe darem ‘garantias’ ou por estarem próximos do FC Porto, acabou por avalizar João Ferreira. As conversas estão transcritas no processo principal do Apito Dourado, mas o presidente do Benfica nega a sua existência”. E, com efeito, com alguma aparente razão, porque foi como se essas conversas não tivessem existido uma vez que, pelo menos que se saiba, ele nunca foi incomodado por isso…
VIEIRA, RODRIGUES, VEIGA E MOUCO
… Mas também João Rodrigues teve uma intervenção muito interessante neste e noutros casos. Porque, segundo o “Correio da Manhã” de 22 Junho 2007, “os árbitros do Benfica eram combinados com ele”, já que “Pinto de Sousa lhe telefonava regularmente para que fosse ele a contactar Vieira no sentido de acertar qual o melhor árbitro para os encontros. Exemplos no Apito Dourado da existência dessas conversas abundam”. Mas o “Record” de 23 Junho 2007 vai pelo mesmo caminho, ao titular: “Benfica também pedia árbitros”. E em seguida: “Vieira falava com João Rodrigues e este pressionava Pinto de Sousa”. Quanto a José Veiga: esse (segundo o mesmo “Record”) “pedia ‘favorzinhos’ para o Estoril”. E no entanto também ao que parece nunca ninguém (a ele e a João Rodrigues) os incomodou… Vamos porém ver como reagirá a Comissão Disciplinar a tudo isto.
PS.: Quem, ao que O PATO julga saber está na disposição de contar tudo o que sabe se for chamado a depôr é o ex-membro da CA da Liga, Júlio Mouco. Deverá ser muito instrutivo ouvi-lo…
Na sequência do título do anterior "post", aliás magnífico, do NQAMIGOJHS, eu daqui pergunto se estas acções também se inserem no "projecto olímpico"... Lá que merecem "argolas", merecem... não as multicolores olímpicas, mas as que se usam aos pares...
Sobre esta matéria, se tiverem curiosidade, consultem o "post" deste blog, aqui colocado exactamente no passado dia 24 de Junho, intitulado "ISTO É TUDO TÃO ESTRANHO..."