segunda-feira, junho 04, 2007
AL ANDALUS
Aproxima-se então a celebração de 22 de Junho, com a ecuménica "bênção do Leão". Pela minha parte, mesmo sendo agnóstico, poderei tentar "representar" uma das três religiões do Livro, em nome das quais e infelizmente tanto sangue foi, e continua a ser, derramado. Por isso, sobretudo por isso, permanece actual o esquecido legado de um tal Al Andalus marcado nos seus períodos áureos pela tolerância religiosa e cultural, onde a mesquita, a igreja e a sinagoga conviviam na mesma rua estreita, sinuosa e mágica. Não o Al Andalus de um qualquer califado fundamentalista, nem o seu oposto, onde pela guerra de ocupação, pelas bombas, pela barbárie, se tenta impor em cruzadas "pós-modernas" uma suposta democracia aos países "atrasados e ditatoriais" do Médio Oriente. O Al Andalus de Ibn Ammar, de Al-Mutamid, de Maimonides e de Averróis, dos livros de Tariq Ali, de Amin Maalouf, de Yves Ouahnoun ou de António Gala, o Al Andalus das investigações de António Borges Coelho, de Cláudio Torres, de Santiago Macias, de José Mattoso, de Adalberto Alves, de Eduardo Ramos, o Al Andalus como "Ornamento do Mundo", o Al Andalus das artes, da poesia, da música, das odes ao vinho e às belas mulheres, da nobre amizade, perdurará sempre. E nunca deverá ser esquecido, sobretudo quando nos confrontamos, de novo, com a imposição do caos.
Saudações leoninas, universais.
Saudações leoninas, universais.