Enquanto jantava, reflecti sobre o que acabara de escrever sobre o comportamento do tal prates (nem me dou ao trabalho de accionar a tecla que dá p maísculo... o fulano não merece tal esforço...).
Espero que tenham percebido que não estava em causa a influência da arbitragem no resultado final, já que isso são contas de outro rosário. Nem os de Carnide têm qualquer coisa a ver com o que escrevi.
Apenas uma profunda tristeza - e muita revolta - me invadem quando penso na fraude e na imensa mentira que é hoje a comunicação social quando manipulada, tendo em vista obter determinados fins.
Não é verdade o que acontece, mas sim apenas aquilo que esses senhores elegem como tal e com a formatação que resolvem conferir-lhe, atendendo aos interesses que servem !
O que é espantoso é que se invoca o sacrosanto direito à informação para desinformar e mistificar ! E tudo acontece na mais descarada impunidade...!
Sou duma geração que tanto respeitava e tinha confiança numa certa comunicação social, que até sabiamos ler nas entrelinhas e compreendiamos as mensagens subliminares que textos e respectivos títulos continham... Havia então censura, que queria a mentira e a desinformação para melhor sustentar um sistema sem qualquer legitimidade democrática, mas certos jornais de referência resistiam e reagiam...
Vieram depois os tempos heróicos do que então se chamou de "4º poder", em que, de tribunas livres entricheiradas nos órgãos de comunicação, se combatiam os excessos e os desmandos do poder instituído...
Seguiu-se o assalto do grande capital financeiro e de poderosas bolsas de interesses à comunicação... é o que hoje temos... Criam-se "factos", escolhem-se "verdades", manipulam-se opiniões, anestesiam-se consciências para melhor as instrumentalizar...
É, aliás, minha convicção que, quando dentro de alguns séculos houver condições suficientes de distanciamento para se fazer a análise objectiva e desapaixonada destes nossos tempos, a comunicação social em geral - há honrosas excepções - será tida com uma das pústulas da época enquanto instrumento condicionador das atitudes e opções do homem de hoje...
Sobre a evolução deste fenómeno, permito-me recomendar-vos a leitura dum notável livro de Ignacio Ramonet, intitulado "A Tirania da Comunicação" (edição do "Campo das Letras", 1999) , onde, com muita clareza, são analisados e descodificados todos este fenómenos.
É neste último contexto que se inserem comportamentos indignos como o do prates e quejandos - uma mentira, por muito repetida, torna-se verdade... um facto verdadeiro, porque silenciado, desaparece do mundo da realidade...
É assim que, cúmplice e subrepticiamente, se fabricam os mitos. "Seis milhões"... "a catedral".... "o maestro"... Descodifiquem estas manhosas atoardas, despojem-nas do fólclore com que as fantasiam, reduzam-nas ao seu real valor e, muito honestamente, vejam o que sobra... muito pouco, para não dizer, nada !
...mas enquanto houver - nem que seja um só - cidadãos que querem, de facto, ser livres, os prates serão, a seu tempo, condenados ao fracasso !!!
NOTA FINAL - Falei dos prates no futebol, se calhar, algo de diminuta dimensão no âmbito da problemática dos tempos de correm.
Mais grave e preocupante ainda são os prates que pululam em áreas bem mais importantes e decisivas da sociedade actual... que o futuro os faça cair de pútridos !!!
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Há 3 anos
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